Desfile das Escolas de Samba reúne cerca de 18 mil pessoas na Avenida Beira Rio e encanta o público

Publicada em 05/02/2024 às 08:13
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Os cerca de 18 mil joinvilenses que prestigiaram o Desfile das Escolas de Samba, na noite de sábado (3), cantaram animados e receberam com muita alegria as escolas que passaram pela Avenida Beira Rio. O sambas-enredo das quatro escolas apresentaram características e contaram histórias que fazem parte do imaginário joinvilense, motivo mais que especial para que rapidamente a letra estivesse na ponta da língua do público.

Abrindo os trabalhos, o Grupo Afoxé Omilodê fez a tradicional lavagem da Avenida. Ao som forte dos tambores e atabaques, cerca de 200 pessoas dançaram e cantaram limpando simbolicamente o caminho por onde passaram os foliões. A prática ocorre há 19 anos no Carnaval de Joinville e tem como principal objetivo abençoar a festa.

Em ritmo de festa e alegria, a Realeza do Carnaval de Joinville, formada pelo rei momo Felipe Sizério, rainha Bruna Cestrem, primeira princesa Juliana Rosa Pereira e segunda princesa Barbara Stefani Vale animaram o público quando fizeram o desfile de abertura.

Ao lado do prefeito Adriano Silva; da vice prefeita Rejane Gambin; do presidente da Liga das Escolas de Samba, Deyvid Silveira; do diretor administrativo da Liga, Gabriel de Paula; do secretário de Cultura e Turismo, Guilherme Gassenferth e demais autoridades, eles percorreram os 300 metros de avenida cumprimentando o público.

“Carnaval de Joinville cresce a cada ano. Esse ano com quatro arquibancadas e a avenida lotadas. Uma festa familiar, com muitas famílias acompanhando. E as escolas estão dando um show. São mais de 300 participantes em cada escola e uma mais bonita que a outra. Realmente se dedicaram e estão fazendo uma bela festa”, elogia o prefeito Adriano Silva.

Para a realeza, representar o Carnaval de Joinville é um sonho realizado. “Eu estou com o coração repleto de amor e ternura pelo Carnaval. Pra mim o Carnaval é empoderamento, é ver que essas pessoas durante o ano trabalham, se dedicam, mas tiram um tempinho para os ensaios, fazer as fantasias. Dá para ver o amor deles na avenida e isso me deixa muito emocionada”, afirma a rainha do Carnaval de Joinville, Bruna Cestrem.

O mesmo sentimento é compartilhado pelo rei momo, Felipe Sizério. “Ver esse tanto de pessoas curtindo com a gente é muito gratificante para toda a corte do Carnaval. É mais uma cultura do nosso Brasil, acho que todas as cidades deveriam trazer mais essa cultura assim como esse ano Joinville está trazendo com uma estrutura muito grande”.

Escolas levaram histórias, costume e tradição para a avenida

Cada uma das escolas de samba teve uma hora para apresentar o espetáculo que preparou para encantar o público em 300 metros de avenida, especialmente preparada com iluminação e sonorização.

A primeira escola a desfilar foi a Príncipes do Samba com 13 alas e duas alegorias. Um dos destaques foi a participação do MOA – Movimento Artístico Patrícia Dalchau, na comissão de frente. Com o enredo “Somos do mesmo chão – a presença negra em Joinville, uma história a ser contada”, entre os 300 integrantes uma delas, estava especialmente emocionada. Elenice de Fátima voltou a passar pela avenida 45 anos após ter participado do último desfile de Carnaval.

“Quando eu comecei, nem sabia sambar, era um passinho pra frente e outro para trás. O desfile era na Rua do Príncipe. Com o tempo fui aprendendo vendo as chacretes do Chacrinha dançar e assim fui evoluindo. Até que em 1975 eu fui rainha da bateria do Kênia. Hoje eu fiquei tremendo do começo ao fim, estava nas nuvens, porque 45 anos depois, retornar para a avenida, é muita emoção. Foi um sonho realizado”, conta Elenice.

A G.R.E.S. Unidos do Caldeirão fez o público cantar as gírias e figuras de linguagem características da fala joinvilense. O samba enredo “Nossa expressão mais popular – Égua, vim toda vida reto e cheguei até aqui” juntou expressões como “égua, coisarada, caixão pro Billy, zarco e zica. Ao todo foram dez alas divididas em dez expressões joinvilenses e duas alegorias. Na comissão de frente, integrantes da escola encenavam um passeio de bicicleta.

“Muito bacana essa escola. Fala sobre as expressões de Joinville como a chuville. Foi bem legal, adorei”, parabeniza Evanilde Calegari que é moradora do Iririú e normalmente acompanha os desfiles do Carnaval de Joinville.

Na sequência, a A.R.C.E.S. Fusão do Samba entrou na avenida com 300 integrantes, oito alas e uma alegoria. O samba enredo “Viva a Fusão é Festa de São João” homenageou as festas juninas, fazendo referências às cores, símbolos como as bandeirinhas e comidas típicas como milho, quentão e pipoca, além de quadrilhas, roupas coloridas e xadrez, com damas e cavaleiros. No casal de mestre-sala e porta-bandeira, as bandeirinhas típicas das festas de São João deram todo o charme e destaque no figurino.

Encerrando a noite de desfile, a G.R.E.S. Unidos pela Diversidade, levou para a avenida mais de 350 participantes que cantaram o samba enredo “Sonhos” evidenciando os sonhos de quem vive em Joinville, como a casa própria, a sorte, e o título de Capital da Dança. Quem representou a ala em homenagem ao maior Festival de Dança do mundo foram os alunos da Escola Municipal Pedro Ivo Campos, dez vezes campeã do Festival. Ao todo foram 16 alas e uma alegoria. Outro ponto importante abordado pela escola foi o fim do preconceito.

“Muito divertido. Aqui a gente está pregando o amor, né? Muitas pessoas unidas, as fantasias estão lindas. Carnaval maravilhoso de Joinville. Todos os anos estou aqui acompanhando e acho uma diversão importantíssima para Joinville”, comenta Francine Sibele Ballock, que é moradora do bairro Petrópolis.

“Essa avenida cheia representa a força do Carnaval na cidade. Joinville sempre nos abraça. Quando chega no dia do desfile e dá tudo certo, a gente tem certeza que valeu a pena todo o esforço e dedicação”, diz Gabriel de Paula, diretor administrativo da Liga das Escolas de Samba de Joinville.

“Achei muito legal, nunca tinha vindo. O que eu mais gostei foi o clima mesmo. Pessoal muito animado, muito seguro também. No próximo, com certeza, estarei aqui”, fala Guilherme Passos, morador do Costa e Silva.

O Carnaval 2024 é uma realização da Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, e da Liga das Escolas de Samba de Joinville. Pelo segundo ano consecutivo, a festa é realizada um fim de semana antes da data tradicional e se torna referência, abrindo a Folia de Momo em Santa Catarina.

“O desfile é o ápice de um trabalho que ocorre o ano inteiro pelas escolas de ensinar o samba tanto na dança, quanto na música com percussão, a parte toda de passistas e também o trabalho voltado para cenografia, construir carro alegórico. Então, é uma entrega de um ano todo que hoje é colocada para o público. Joinville tem mais de 100 anos de tradição com o Carnaval e hoje estamos muito orgulhosos de fazer essa parceria com a Liga, as Escolas e blocos, colocando o Carnaval de Joinville em evidência”, afirma o secretário de Cultura e Turismo, Guilherme Gassenferth.

Para garantir tranquilidade ao público, um esquema envolvendo forças de segurança e salvamento foi montado na Avenida Beira Rio. Participaram as Polícias Civil e Militar, Samu, Bombeiros Voluntários, Departamento de Trânsito, Escola Pública de Trânsito, Defesa Civil, Guarda Municipal e seguranças e brigadistas privados. O Carnaval de Joinville também foi inclusivo, com audiodescrição e tradução em Libras.

 

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