Oficinas de cultura africana são levadas às escolas públicas no Mês da Consciência Negra

Publicada em 08/11/2022 às 19:07
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Na programação do 15º Mês da Consciência Negra de Joinville, as escolas públicas começaram a receber atividades de conscientização à igualdade racial. Alunos da Escola Municipal Prefeito Luiz Gomes, no Adhemar Garcia, participaram nesta terça-feira (8/11) de uma oficina de contação de histórias e outra de dança com sambadeiras.

Professores e alunos se prepararam para receber as atividades. O tema foi trabalhado em todas as séries. Pelos corredores e salas, era possível encontrar exposição de trabalhos de pinturas com mulheres negras, reprodução de desenhos africanos, confecção de bonecas negras e muitas frases de combate ao racismo.

“Aqui na escola, desenvolvemos a cultura ao trabalhar o tema o ano inteiro. É um processo de conscientização, não podemos nos lembrar do racismo só no mês de novembro. O racismo é sentido por quem já sofreu. E só quem sofreu sabe a dor que é”, comenta a diretora da Escola Municipal Prefeito Luiz Gomes, Jociane Silva.

Na oficina de contação de histórias, realizada na biblioteca da escola, os organizadores levaram livros sobre as culturas negra e indígena. Além disso, tocaram instrumentos usados no continente africano e nas aldeias indígenas como atabaque, berimbau e chocalho indígena.

“Eu procuro trazer a maioria de escritores negros para que possamos potencializar nossa cultura e que a criança negra também se sinta representada. Essa iniciativa de falar sobre o assunto com a literatura se deu para que a Lei Federal 7.716 possa ser apresentada nas escolas e mostra que racismo é crime”, explica a contadora de histórias, Isabel Cristina.

Na sala multifuncional da escola, outra oficina estava sendo realizada, a de dança afro, com o Coletivo Cultural Sambadeiras de Bimba. Alunos do fundamental 2 (de 11 a 14 anos de idade) participaram. Eles aprenderam sobre como o samba de roda pode ensinar sobre a identidade cultural dos povos. Durante a explicação, os organizadores fizeram dinâmicas de dança, com tambor, cantigas e percussão.

“A importância dessa oficina é que a gente possa aos poucos resgatar nas crianças o trabalho do empoderamento, da empatia e do respeito com o outro. Trabalhamos para formar crianças anti racistas, para combater o racismo”, avalia Fernanda Lopes Machado, mestra griô.

Para os alunos, foram momentos de muito aprendizado. “Temos muitas culturas diferentes e precisamos ter mais respeito pelas pessoas”, diz Emilly de Oliveira, de 12 anos. “O racismo é muito errado, todo mundo é igual, e hoje a gente aprendeu sobre consciência negra”, reforça Robson Assis, de 11 anos.

As atividades nas escolas iniciaram nesta segunda-feira (7/11) e vão ser realizadas até sexta-feira (11/11), no período matutino e vespertino.

“Trabalhamos para conscientizar as pessoas e lutar contra o preconceito e a discriminação, trabalhamos especialmente a Lei 7.716 que determina que racismo é crime, e também falamos para os alunos que eles precisam conhecer a luta, a cultura e a história do negro. Nós acreditamos que tudo começa na escola, com a educação. Mostramos para as crianças que precisamos respeitar o amigo e que não cresçam com essa intolerância ao outro, que temos que viver em harmonia e nos respeitar”, explica Mãe Jacila Barbosa, organizadora do 15º Mês da Consciência Negra de Joinville.

O Mês da Consciência Negra em Joinville é uma realização da Casa da Vó Joaquina, com apoio da Prefeitura de Joinville, por meio do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), e da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. O projeto conta com recursos do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult).

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