Representantes da Secretaria da Saúde de Joinville estiveram na quarta-feira (12/11) na Associação Empresarial de Corupá (ACIAC) para apresentar o projeto Fibrilação Atrial no Sistema Único de Saúde (FASUS) aos sete municípios da Comissão Intergestora Regional (CIR) Vale do Itapocu. O projeto FASUS é realizado nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) de Joinville desde 2023 e possibilita o diagnóstico precoce de fibrilação atrial, tipo de arritmia que aumenta os riscos de casos graves de acidente vascular cerebral (AVC).
A apresentação ocorreu a pedido da própria Comissão, que demonstrou interesse na possibilidade de aplicar a iniciativa nos municípios da região. A reunião também teve a presença do prefeito de Corupá, Nininho Eipper. A CIR Vale do Itapocu representa sete municípios da região Nordeste de Santa Catarina – Jaraguá do Sul, Corupá, Schroeder, Guaramirim, São João do Itaperiú, Massaranduba e Barra Velha.
“O Projeto FASUS vem trazendo muitos resultados positivos para a Saúde de Joinville e está totalmente focado na Atenção Primária, onde estão as maiores demandas dos municípios. Ele tem totais condições de ser aplicado em qualquer cidade de Santa Catarina”, avalia o assessor técnico da Secretaria da Saúde de Joinville, Douglas Calheiros Machado.
“Dentro da política pública de saúde, priorizamos a Atenção Primária com foco na prevenção para evitar os riscos e os custos do atendimento em alta complexidade. Visitei a Secretaria da Saúde de Joinville para conhecer o FASUS, um projeto excelente, com bons resultados que vão ao encontro do nosso propósito de prevenção, e achamos importante expandir essa discussão na Comissão. É um projeto que merece ser propagado e salva vidas”, destaca Elisneide Rachel Bianchini Schalinski, secretária de Saúde de Corupá.
A fibrilação atrial é a principal causa de diagnósticos mais graves de AVC e pode ser assintomática em até 50% dos casos. A doença atinge principalmente pessoas acima de 60 anos. O projeto FASUS é conduzido 100% na Atenção Primária, desde o diagnóstico até o tratamento. Já no atendimento, todas as UBSFs do município utilizam aparelhos de pressão digitais que permitem a detecção de batimentos cardíacos irregulares.
Se houver a confirmação do ritmo irregular, o usuário é encaminhado para um eletrocardiograma, que pode ser feito na própria unidade. Se o laudo confirmar a fibrilação atrial, o paciente é encaminhado para o médico da Atenção Primária para iniciar o tratamento.
Em dois anos de projeto, foram realizados mais de 30 mil rastreios em pessoas acima de 60 anos, sendo que 3,9 mil delas tiveram a confirmação do ritmo irregular e fizeram eletrocardiogramas nas próprias unidades básicas. Com isso, foram detectados 258 usuários com fibrilação atrial, que hoje são acompanhados pela Atenção Primária de Joinville.
“É um projeto relativamente fácil de ser executado, com baixo custo e que diminui sensivelmente as chances de ocorrência de um AVC isquêmico”, reforça Juliana Safanelli, gerente de Qualidade e Desenvolvimento Institucional da Secretaria da Saúde de Joinville, que apresentou o projeto na CIR do Vale do Itapocu.