Parque Zoobotânico recebe mudas de árvores nativas em ação de sustentabilidade do Tribunal de Contas de Santa Catarina

Publicada em 12/12/2025 às 19:02
Relacionado a: Secretaria de Meio Ambiente - SAMA

Em uma ação de sustentabilidade alusiva aos seus 70 anos de história, o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE) doou à Prefeitura de Joinville 70 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica ameaçadas de extinção. As mudas foram plantadas nesta sexta-feira (12/12), pela equipe da Secretaria de Meio Ambiente, na área de mata da Trilha Ecológica do Parque Zoobotânico.

“Escolhemos o Parque Zoobotânico por estar inserido na Área de Relevante Interesse Ecológico do Morro do Boa Vista, uma unidade de conservação que protege a Mata Atlântica. Essas novas árvores representam uma contribuição muito importante para o meio ambiente de Joinville, pois ajudam na manutenção da nossa biodiversidade e do nosso ecossistema florestal”, destaca Fábio Jovita, secretário de Meio Ambiente de Joinville.

As 70 mudas de árvores nativas doadas a Joinville fazem parte do programa “Salvando árvores da extinção”, conduzido pelo Instituto Hórus, de Florianópolis, em parceria com a Porto Morretes, Novo Fogo e Ekôa Park, de Morretes (PR). Para Joinville, o TCE destinou a doação de espécies como a canela-preta, a peroba, o jequitibá, o pau-óleo e o araçá-piranga-rugoso.

“A canela-preta foi muito explorada em décadas passadas para fins madeireiros, para a produção de assoalhos e móveis. O nosso programa tem por objetivo repor essas espécies dentro de florestas onde elas praticamente não existem mais. Além da canela-preta, temos outras 54 espécies nessa mesma condição”, explica a engenheira florestal Sílvia Ziller, fundadora do Instituto Hórus.

Reflorestamento monitorado

De acordo com Sílvia, os exemplares plantados no Parque Zoobotânico são resultado de um trabalho que vai desde a coleta das sementes em área de floresta até o momento em que as mudas cultivadas em viveiro ficam prontas para serem transferidas para o meio ambiente.

Ela explica que o processo inicia com o mapeamento de matrizes, ou seja, das árvores que estão nas florestas, em áreas naturais. Nessa etapa, biólogos e engenheiros florestais coletam as sementes das copas das árvores, com o objetivo de obter frutos de melhor qualidade e com maior possibilidade de desenvolvimento.

Em seguida, essas sementes passam pelo processo de viveiro até atingirem o estágio ideal para o plantio. Após o plantio na natureza, as mudas passam a ser monitoradas.

“As plantas são registradas por meio de um aplicativo onde estão armazenadas informações sobre quem é a ‘árvore-mãe’ e sua localização na floresta. Também são registradas as coordenadas geográficas da muda plantada para que, futuramente, seja possível fazer uma avaliação de sobrevivência da planta. Em Joinville, as mudas poderão ser monitoradas pela própria equipe do Parque Zoobotânico”, completa Sílvia.

Para ela, o plantio de árvores nativas ameaçadas de extinção representa uma nova esperança para as florestas, especialmente para aquelas localizadas em regiões litorâneas, que foram muito exploradas e não conseguem mais evoluir para um estágio de maturidade.

“Poder repor essas espécies na floresta é uma alegria imensa e, sem dúvida, vai contribuir para a resiliência contra a mudança climática. As florestas vão atingir um estágio melhor, suprir uma diversidade de fauna mais complexa, de aves e animais que precisam dessas espécies de floresta avançada que podem chegar a 35 metros de altura”, comemora.

Como resultado de longo prazo, ela acredita: “Talvez a gente não veja essas novas florestas formadas, mas as futuras gerações vão ver e será um presente para elas”.

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