Para destacar os avanços do atendimento em fonoaudiologia no município de Joinville, compartilhar experiências e projetar ações para os próximos anos, as equipes da fono realizaram nesta semana, no auditório do Hospital Municipal São José (HMSJ), o seu oitavo encontro anual das equipes que atuam na especialidade nos serviços da Secretaria da Saúde e do hospital. O evento também celebrou os 30 anos do serviço na saúde pública de Joinville.
Além de profissionais da área e gestores da Saúde, o evento contou com a presença da presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia, Jaqueline Ijuim, que falou sobre os desafios éticos e contemporâneos da profissão.
Durante o encontro, foi realizado o lançamento do livro “Vozes que Constroem a História”, organizado pela servidora e fonoaudióloga Juliana Cemin, criado e escrito por diversos profissionais do município e estudantes de fonoaudiologia. A obra, que reúne artigos e foi idealizada desde o primeiro encontro, é um registro da trajetória, das conquistas alcançadas e do impacto que a fonoaudiologia tem na vida das pessoas.
“Joinville é uma referência em diversas áreas da fonoaudiologia, e isso se deve ao trabalho especializado e à dedicação dos profissionais que construíram e continuam construindo essa história, beneficiando a população joinvilense de todas as idades”, destaca a organizadora da obra, Juliana Cemin.
O encontro realizou ainda a entrega simbólica de uma nova cabine acústica e de equipamentos de informática para o Centrinho (Núcleo de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio Palatais Prefeito Luiz Gomes), referência estadual de saúde auditiva, que foram entregues pela Maternidade Darcy Vargas (MDV). Os equipamentos, que já foram entregues, contribuem para reforçar o atendimento na indicação e adaptação de provas auditivas.
“É um orgulho saber que temos no nosso município um serviço de qualidade que faz tanta diferença na vida das pessoas, e isso só é possível devido à dedicação dos profissionais”, destaca a diretora de Média e Alta Complexidade da secretaria de Saúde, Amanda Nunes.
Os serviços de fonoaudiologia prestados pelo SUS em Joinville por meio de ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes de todas as idades. Em 2025, foram atendidos pacientes com 20 dias de vida até 97 anos de idade.
Os atendimentos são oferecidos de forma descentralizada, em diversos equipamentos de saúde e níveis de atenção. A principal porta de entrada é a Atenção Primária à Saúde, por meio das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs), onde são ofertados serviços como avaliação fonoaudiológica e diagnóstico, além dos atendimentos fonoaudiológicos para acamados, para avaliação da disfagia, serviço realizado em visitas domiciliares.
O ano de 2025 também representou um marco na consolidação da fonoaudiologia na Atenção Primária à Saúde, com a contratação de três profissionais concursadas para atender exclusivamente aos distritos e ampliar a cobertura territorial. Desde o início da contratação, em junho, foram realizados 885 atendimentos para a população.
Os serviços de fonoaudiologia também são disponibilizados em espaços especializados como o Centrinho, de referência estadual, onde são atendidos pacientes com fissuras lábio-palatais, pessoas em tratamento de deficiência auditiva e recém-nascidos habilitados no Programa Bebê Precioso.
A fonoaudiologia também atua no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), no Núcleo de Atenção Integral à Pessoa com Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro Autista (NAIPE DI/TEA), no Serviço Especializado em Reabilitação (SER).
No Hospital Municipal São José, o serviço de fonoaudiologia é responsável principalmente pela reabilitação de pacientes disfágicos (dificuldade para engolir), para proporcionar mais conforto e segurança na alimentação, entre outras ações para prevenir complicações respiratórias, além de promover a reabilitação da comunicação e dar mais qualidade de vida a estes pacientes. Desde agosto deste ano, o serviço obteve uma conquista com a criação de um ambulatório no setor de oncologia para atendimentos de pacientes com doenças de cabeça e pescoço e que apresentam sequelas na fala ou deglutição devido ao tratamento oncológico.
“Outro grande passo que demos neste encontro foi a criação de um grupo de trabalho para a construção da linha de cuidado da fonoaudiologia na Atenção Primária, fundamental para consolidar políticas públicas e favorecer a nossa atuação na Saúde”, enfatiza Marineide Cruz Tonin, fonoaudióloga do município e uma das organizadoras do encontro.