Águas de Joinville usa imagens de satélites para identificação de vazamentos não visíveis na superfície do solo

Publicada em 13/03/2024 às 12:54
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A Companhia Águas de Joinville e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) oficializaram a parceria técnica para a execução de um projeto-piloto que tem como objetivo a redução da perda de água.

A tecnologia utiliza imagens de radar obtidas através de satélite, combinada à inteligência artificial, para identificar a existência de vazamentos não visíveis no sistema de distribuição de água.

Desde outubro de 2023, quando a tecnologia começou a ser usada, foram identificados 99 pontos com alta probabilidade de vazamento, os quais já foram verificados por uma equipe técnica da Companhia. Os profissionais confirmam a existência de vazamentos não visíveis em 58 pontos, utilizando equipamentos como geofones e hastes de escuta.

“Estamos acompanhando a evolução dessa tecnologia e temos convicção de que a aplicação no saneamento se mostrará muito eficaz, trazendo cada vez mais eficiência para o sistema de abastecimento de água”, destaca Sidney Marques de Oliveira Junior, diretor-presidente da Companhia Águas de Joinville.

O território onde o projeto-piloto foi aplicado, selecionado pela Águas de Joinville, foi a região Norte da cidade e também as adutoras das Estações de Tratamento de Água (ETAs) do Piraí e do Cubatão.

“As imagens ajudam a ter mais precisão e produtividade na hora de deslocar as equipes. Além disso, em regiões com mais ruídos, onde se torna mais difícil utilizar os equipamentos para identificar vazamentos ocultos, a técnica traz muitas vantagens”, destaca Clarissa Campos de Sá, gerente do Centro de Inteligência em Operações da Águas de Joinville.

A assinatura do acordo de cooperação técnica ocorreu no início do mês, na sede da Companhia Águas de Joinville e contou com a presença de Gustavo Méndez Torrico, especialista principal na Divisão de Água e Saneamento no Brasil, e Tiago Pena Pereira, especialista sênior na Divisão de Água e Saneamento, ambos do BID.

Da Companhia, participaram Sidney Marques de Oliveira Junior, diretor-presidente; Helena Dausacker da Cunha Skrosk, assessora de Projetos e Processos; Clarissa Campos de Sá, gerente do Centro de Inteligência em Operações; e Rivanildo Pessoa Geremias, coordenador de Adução e Distribuição. Devido à parceria técnica, o custo com a aplicação da tecnologia é subsidiado pelo BID.

Como ocorre a operação

A tecnologia conta com satélites orbitando a 700 quilômetros acima do solo, equipados com um sensor que envia pulsos eletromagnéticos. Esses pulsos penetram no solo a uma profundidade de três metros e capturam informações de locais onde a água potável se mistura com o solo após o vazamento, criando uma espécie de “assinatura” que é captada por radar. Por meio dessa metodologia, é possível identificar a ocorrência de vazamentos não visíveis.

Somente outras duas empresas de saneamento no Brasil também já testaram a tecnologia: a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

Na Águas de Joinville, o projeto iniciou em outubro de 2023, com a captação das imagens via satélite. Desde então, a Companhia vem atuando na análise prévia dos resultados e no reparo dos vazamentos identificados. Em maio, será apresentado o relatório final de avaliação, onde serão conhecidos os números do projeto relacionados à redução do volume de água perdido, ganhos em produtividade e outros benefícios da tecnologia.

Financiamento com o BID assinado em dezembro

Em dezembro de 2023, a Companhia Águas de Joinville assinou com o BID um contrato de empréstimo de US$ 128 milhões – cerca de R$ 627 milhões.

O aporte será fundamental para as obras de universalização dos serviços de esgotamento sanitário no município. Além disso, projetos no sistema de abastecimento de água e voltados à eficiência energética e redução de perdas também estão contemplados no financiamento.

Além do financiamento, o BID também oferece às instituições oportunidades de evoluir em processos e tecnologias, e isso acontece por meio do subsídio do banco para acordos de parceria técnica.

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